Artigo publicado originalmente no meu Linkedin em 17 de janeiro de 2020.
Um dia chegou ao departamento de vendas do meu último trabalho o e-mail de um dentista. Não lembro o nome do cliente, mas ele estava abrindo um negócio e solicitava um orçamento para:
- Criação de logotipo;
- Site institucional;
- Blog;
- Newsletter;
- E-mail;
- Panfletos;
- Cartão de visitas;
- Rede sociais (conteúdo e manutenção).
Era praticamente um projeto de identidade visual completo, incluindo produção de conteúdo! Algo perfeitamente viável para uma agência de branding e design ou comunicação. Mas éramos uma gráfica, não trabalhávamos com criação e mídias sociais.
Recusamos o orçamento, explicamos os motivos para tal e contato encerrado. Porém, ao final do dia, essa história continuava rodando na minha cabeça.
Como designer gráfico, fiquei feliz em perceber que profissionais liberais dão valor a uma boa identidade visual. Mas também vi que profissionais liberais, ocupados com as atividades relacionadas ao início do seu negócio, ficam um pouco desorientados durante a produção da sua marca.
Passam a ter que se preocupar com coisas que muitas vezes, não conhecem, como branding, design de impressos, produção gráfica, web design, redes sociais, produção de conteúdo e etc.
Inspirado nessa situação e com base na minha experiência profissional, decidi escrever esse artigo com algumas orientações que podem ser úteis para profissionais liberais que, por restrições financeiras, precisam assumir o marketing do próprio negócio e não sabem por onde começar.
Dica 1: Tenha uma base boa
Quando falamos de identidade visual, sua pedra fundamental é o logotipo! Ele é a cara da sua empresa para o mundo e deve ilustrar um conceito específico para os seus clientes, ajudando seu negócio a diferenciar-se dos demais.
O logotipo, explicando de uma forma bem simplificada, é composto por:
- nome da empresa
- cores institucionais
- algum elemento visual de apoio, como um pictograma ou desenho.
Caso você não tenha um logotipo, rascunhe as idéias que tem sobre como ele deve ser e procure um designer gráfico freelancer para arte finalizá-lo.
Inclua na prestação de serviço a geração de cópias do logotipo em formatos de arquivos próprios para impressão e para uso em redes sociais.
E uma última coisa: Evite deixar seu logotipo muito parecido com outro, principalmente se for um mais famoso. Além de enfraquecer a percepção de valor que seus clientes podem ter sobre o seu negócio, você fica exposto a questões referentes a direitos autorais.
Dica 2: Comece focando no básico
Uma vez que o seu negócio já tenha nome e logotipo, você poderá produzir materiais para divulgar seus serviços e prospectar clientes.
Na papelaria cartões de visitas e panfletos estão entre os materiais mais úteis para prospecção. Já na comunicação visual são os banners, comuns ou roll ups.
Quando o orçamento é limitado, foque neles.
Dica 3: Alternativas para um site
Começar um site do zero não é um processo rápido, mesmo utilizando ferramentas como Wix ou WordPress e contando com o apoio de uma empresa ou profissional qualificado na área de web design.
Você precisa pensar nas funcionalidades que deseja ou não aplicar no site, exemplo: blog, formulário de contato, vendas online, etc… Em qual provedor você vai hospedar seu site? O endereço na internet que você quer para o site está disponível?
Um perfil corporativo preenchido detalhadamente e com imagens bem trabalhadas em uma ou mais redes sociais, como Facebook, Instagram ou Linkedin, pode servir perfeitamente como “ponto de contato“ na internet entre você e seu futuro cliente nesse primeiro momento.
Dica 4: Conteúdo é investimento de longo prazo
Você não postará a imagem de um serviço concluído ou um texto falando sobre a sua especialidade e milhares de clientes aparecerão buscando seus serviços no dia seguinte.
A construção de autoridade com a produção de conteúdo só acontece com o tempo, quando a frequência é constante, o alcance é alto e, o mais importante, o que você tem a dizer ou mostrar é considerado importante pelo leitor ou espectador.
Tenha um calendário regular de postagens, separe algum orçamento para melhorar o impulsionamento de algumas delas e sempre alterne formatos; um dia publique um texto, no dia seguinte uma foto.
Algumas redes sociais oferecem novos formatos, como enquetes, videos curtos ou carrossel de imagens. Pesquise e acrescente ao seu repertório aqueles que lhe forem mais confortáveis.
Conclusão
Esse artigo busca trazer alguma luz para profissionais liberais que, por restrições financeiras, precisam assumir o próprio marketing.
Visa ajudá-los a aprender coisas úteis, muitas vezes distantes da sua área de conhecimento habitual, para a produção da sua marca.
Mas conforme seu negócio for crescendo, você precisará manter o foco aonde for importante e delegar determinadas atividades para terceiros.
A sensação de controle absoluto sobre a marca é viciante para alguns profissionais liberais e pode acabar trazendo prejuízos no médio e longo prazo. Afinal, quando você deixa de aproveitar oportunidades porque está ocupado demais, você fica estagnado.
Mas isso é assunto para outro artigo.